sábado, 20 de novembro de 2010

A relação entre mito, religião, filosofia, ciência e senso comum

Enfim após todos esses estudos sobre mitologia podemos afirmar que ela representa um grande elo de ligação entre a religião, a filosofia , a ciência e o senso comum, seja pelo fato de acreditarem em suas histórias , ou por utilzarem suas analogias ou seus nomes no caso da linguagem.

Mito e Ciência

Muitos psicanalistas em especial Carl Jung, atribuíram valores emocionais  e comportamentais a arquétipos mitológicos como por exemplo uma mulher que só pensa em seus filhos se  associa ao mito de DEMETER ( a Deusa mãe), uma mulher fútil que só pensa em beleza pode facilmente ser identificada ao mito de Afrodite ( Deusa da beleza), há um livro muito interessante que exemplifica muito bem esta questão, A Deusa Interior, Roger J. Woolger , Cultrix
Livro - Deusa Interior, A
A idéia do feminino, há muito tempo suprimida pelas sociedades patriarcais e pelo Cristianismo, cumpriu um importante papel na mitologia e nas religiões antigas. A noção de que as deusas - como Atena, Afrodite, Deméter, Ártemis, Hera e Perséfone - simbolizam características encontradas individualmente nas mulheres está mais uma vez em voga. Os arquétipos das deusas validam as mulheres por aquilo que elas são e não por aquilo que a sociedade diz que elas deveriam ser. Como tal, as deusas são uma fonte de liberdade e de compreensão que pode ser contatada por qualquer mulher, não importando o caminho de vida que escolheu. A Deusa interior é um guia fascinante sobre as qualidades das deusas que vivem dentro de nós. Baseado numa pesquisa realizada pelos autores num período de dez anos sobre a psicologia da deusa, este livro é um exemplo fascinante de como aplicar essa abordagem dinâmica à sua vida, enriquecer o seu auto-conhecimento, libertar-se de expectativas limitantes e orquestrar os pontos de mutação em sua vida ao compreender que tipo de deusa está mais predominante. O mais importante é que os autores enfatizam a necessidade de harmonia entre as várias qualidades das deusas: permitir que uma deusa domine a personalidade é negar a riqueza que está disponível quando se tem todas as deusas em equilíbrio. Maravilhosamente positivo e profundo em suas implicações, este é um livro que irá ajudar a posicionar o feminino em seu devido lugar na consciência atual e oferecer às mulheres e aos homens a oportunidade única de aprender mais a respeito do poder de transformarem a si mesmos.

A mitologia na atualidade

Com o retorno de Antigas Religiões Pagãs, os Deuses da Mitologia, em especial as Deusas são revividas com muita força, pois em função da imposição  do patriarcado as figuras de arquétipos femininos estavam muito enfraquecidas. Porém a necessidade da figura da Grande Mãe e da importância de se resgatar tudo que a essência do feminino significa para a sociedade e para o ser humano acarretou no retorno de cultos matriarcais ligados a Deusas mitológicas.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A filosofia

 

Para Platão, a filosofia é o uso do saber em proveito do homem. Isso implica a posse ou aquisição de um conhecimento que seja, ao mesmo tempo, o mais válido e o mais amplo possível; e também o uso desse conhecimento em benefício do homem. Essa definição, porém, exige a uma definição de benefício, que por sua vez exige uma definição de Bem. Para saber o que é o Bem, entretanto, também é necessário descobrir o que é a Verdade.
Alguns filósofos, definem a filosofia como a busca do Bem, da Verdade, do Belo e de como os homens podem conhecer essas três entidades. Portanto, a filosofia toma para si a árdua tarefa de debater problemas ou especular sobre problemas que ainda não estão abertos aos métodos científicos: o bem e o mal, o belo e o feio, a ordem e a liberdade, a vida e a morte.


 




Tradicionalmente, a filosofia se divide em cinco áreas:


  • Lógica, que estuda o método ideal de pensar e investigar;
  • Metafísica, que estuda a natureza do Ser (ontologia), da mente (psicologia filosófica) e das relações entre a mente e o ser no processo do conhecimento (epistemologia);
  • Ética, que estuda o Bem, o comportamento ideal para o ser humano;
  • Política, que estuda a organização social do homem;
  • Estética, que estuda a beleza e que pode ser chamada de filosofia da Arte.


Convém concluir lembrando que a ciência e o pensamento científico se originaram com a filosofia na Grécia da Antigüidade. Com o passar do tempo, certas áreas da especulação filosófica, como a matemática, a física e a biologia ganharam tal especificidade que se separaram da filosofia.

Mitologia Grega

Porque Mitologia Grega
Há dois principais motivos que fazem da Mitologia grega a mais estudada das mitologias: sua racionalidade e sua importância histórica como base da Civilização Ocidental. Diz-se que os gregos antigos possuíam um "gênio racional", uma mente lógica por excelência. Esta "mente lógica"adaptou os mitos pré-existentes às necessidades da razão. Assim, absurdos foram corrigidos e coerência foi imprimida à Mitologia. Por exemplo, as religiões persas acreditavam que o Universo era fruto da guerra do Bem contra o Mal, da guerra dos seres da Luz contra os seres das Trevas e que a vitória daquela sobre estas dependia diretamente da execução de determinados rituais. Isso na prática quer dizer que os persas acreditavam que se sacrifícios não fossem feitos, haveria o sério risco do Sol não voltar a nascer pela manhã e de que as Trevas Eternas se abatessem sobre o planeta. Os gregos jamais se permitiriam aceitar tamanha ilogicidade e se viram obrigados a criar uma visão de mundo cujas leis fossem estáveis e confiáveis. Era evidente para o "gênio racional" grego que o Sol nasce a partir de uma força intrínseca a ele e ao Universo e não na dependência das ações humanas. Apareceram então os conceitos de "Ordem do Mundo" (Kosmos) e de "Natureza" (Physis), que os afastou das "trevas" da incerteza e da ignorância. O "Chaos" cedeu lugar ao "Kosmos" e nele reina necessariamente uma natureza lógica, previsível e estável. Apesar de ainda existirem inúmeras religiões, inclusive o Judaísmo, Cristianismo e muitas religiões pagãs como o Xamanismo e a Bruxaria(onde muitos cultuam as Deusas e Deuses da mitologia grega como seres sagrados e atuantes no cotidiano deles),que se baseiam nas noções persas de um universo caótico na dependência dos atos humanos, foi dos conceitos de Kosmos e de Physis que surgiu a cultura ocidental, a Filosofia e a Ciência.

Filosofia e mito

A filosofia surge através do mito, mas a ele acaba se opondo. Nos finais do século V a.C., depois do auge da filosofia, da oratória, e da prosa, o destino e a veracidade dos mitos se tornaram incertos e as genealogias mitológicas deram lugar a uma nova concepção da origem das coisas, sendo que essa concepção tinha como prioridade a exclusão do supernatural (isto se mostra claro nas histórias tacidianas). Enquanto os poetas e dramaturgos elaboravam os mitos, os historiadores e os filósofos desprezavam-os e criticavam-os.
 
Certos filósofos radicais, como Xenófanes, começaram no século VI a. C. a rotular os textos dos poetas como blasfêmias. Queixava-se de que Homero e Hesíodo atribuiam aos deuses "tudo o que é vergonhoso e escandaloso entre os homens, pois os deuses roubam, matam, cometem adultério, e enganam uns aos outros". Essa linha de pensamento encontrou sua expressão mais dramática em A República (acerca da justiça, do universo e dos diversos tipos de governo) e em Leis (que trata da lei divina e natural, da educação e da relação entre filosofia, política e religião) de Platão. Platão criou os seus próprios mitos alegóricos (como o mito da caverna e o mito de Er em A República), atacando os contos tradicionais dos trucos, e tratando os furtos e os adultérios como imorais, opondo-se ao papel central que vinham tomando na literatura grega. A crítica de Platão - que rotulava os mitos de "palavrões antigos" - foi o primeiro exercício e desafio sério à tradição mitológica homérica. Aristóteles, por sua vez, criticou o enfoque filosófico pré-socrático quase-mitológico e destacou que "Hesíodo e os escritores telógicos estavam preocupados unicamente com o que lhes parecia plausível e não tinham respeito pelos outros [...] Mas não merece a pena tomar a sério os escritores que alardeiam o estilo mitológico; aqueles que procedem a demonstrar suas afirmações devem ser re-examinados". Mesmo no início do império da Roma, o livro Metamorfoses, do romano Ovídio, possui nos finais do poema um pseudo-discurso do filósofo e matemático grego Pitágoras que, reivindicando a vida após a morte, o vegetarianismo e a esperança, diz Porque temeis o Estige, as trevas e os nomes inexistentes, matéria para poetas [...], embora o discurso de Pitágoras escrito por Ovídio seja permeado por alusões a criaturas e deuses romanos como Juno, Lúcifer, Palante, Febo, Tíndaro, entre outros.
As explicações filosóficas gregas que pretendiam revisar as mitológicas criaram conseqüências drásticas para os seus autores: Anaxágoras, por exemplo, partiu para um auto-exílio fora de Atenas, por duvidar que a lua fosse uma deusa (explicação mitológica) e afirmar que, pelo contrário, vislumbrava em sua terra mares e montanhas. Aristóteles, que não aceitava a explicação de que o titã Atlas carregava a terra e o céu nas costas (afirmação que rotulou de "ignorância e superstição do povo grego"), exilou-se por temer que terminasse como Sócrates, que obteve acusação de impiedade e morreu. Sócrates foi condenado com 71 anos, acusado, entre outras coisas, de ateísmo e de corromper os jovens gregos com seus ensinamentos. Meleto, poeta e um de seus acusadores, havia argumentado que "[...]Sócrates é culpado do crime de não reconhecer os deuses reconhecidos pelo Estado e de introduzir divindades novas; ele é ainda culpado de corromper a juventude. Castigo pedido: a morte".  Sócrates, após ficar preso a ferros durante 30 dias, morreu num método de auto-envenenamento da prisão da época, ingerindo cicuta mas, antes de falecer, segundo Platão, incutiu uma dúvida a seus acusadores: "E agora chegou a hora de nós irmos, eu para morrer, vós para viver; quem de nós fica com a melhor parte ninguém sabe, exceto o Deus

Mito: As asas de Ícaro. Interpretação do mito.


— Meter-se com reis dá nisto, Ícaro! — dizia o inventor Dédalo, desconsolado, ao seu filho, que o observava. Ambos estavam presos no labirinto de Creta, encomenda que o rei Minos fizera ao próprio Dédalo para encerrar o Minotauro, flagelo da cidade. O Minotauro fora derrotado, mas Dédalo caiu em desgraça com o rei, pois fornecera a princesa Ariadne o fio que ela entregou a Teseu e o qual este usou para fugir do labirinto após matar o Minotauro. Minos, que não esperava que Teseu derrotasse o monstro, passou a ver Dédalo como traidor e o fez provar, junto com o filho Ícaro, um pouco do seu próprio remédio.
Um dia os dois estavam a contemplar o azul do céu, sentados em uma colina como de hábito, quando Dédalo deu uma palmada repentina na testa: — Já sei, Ícaro, o que faremos! Sem dizer mais nada, começou a descer o rochedo, acompanhado pelo filho, que o seguia apressadamente. O jovem sabia que o pai era muito inventivo e que estava sempre com a cabeça cheia de novos projetos. Preferiu deixar que a idéia amadurecesse na cabeça do velho enquanto desciam. Tão logo chegaram à base da ilha, o velho mandou. — Vamos, pegue minhas ferramentas — disse o pai ao filho, antes de sair em busca de alguma coisa.
Quando Dédalo retornou, seus braços estavam repletos de penas de aves, que ele abatera com a eficiência de um experiente caçador. — O que pretende fazer, pai, com todas estas penas? — disse Ícaro. Sem responder, Dédalo começou a serrar pedaços de madeira. De suas mãos começaram a surgir duas grandes armações, que lembravam o esqueleto de uma asa. — O que é isto, uma fantasia? — perguntou Ícaro, ao ver o pai colar as penas nas varas de madeira. — Tudo se inicia pela fantasia, meu Ícaro... — disse o velho, com o ar sonhador. Logo Dédalo tinha nas mãos um grande e alvo par de asas. — Vamos, filho, me ajude a colocá-las nas costas! Ícaro, que naturalmente já entendera o plano, ajudou-o, empolgado pela idéia.
Nem bem Dédalo terminara de colocar o par de asas as costas, seus pés começaram a se erguer do solo. — Funciona! —exclamou lcaro, sentindo no rosto suado o vento refrescante das asas do pai. — Vamos, Ícaro, vamos construir uma para você também! Os dois passaram o resto do dia aplicados em aperfeiçoar o mecanismo das asas artesanais. — Aqui está a nossa liberdade! — disse o velho, ao colar as últimas penas nas armações. — Mas serão sólidas o bastante para atravessarmos o oceano? — perguntou Ícaro. — Claro! — respondeu Dédalo — O único cuidado que devemos ter é não nos aproximarmos muito do sol, pois o calor poderia derreter a cera que prende as penas.
No dia seguinte, bem cedo, subiram para o alto da torre, cada qual carregando com amoroso cuidado o seu par de asas. Exaustos, descansaram um pouco ate que Ícaro, impaciente para testar o seu equipamento, ajustou as suas asas às costas. — Veja, pai, estou voando! — disse o rapaz, sem conter a sua euforia. Deu várias voltas ao redor da torre, perdendo aos poucos o medo da altitude; seu pai também circundou a ilha munido das asas para testar-lhes a resistência. — Basta de preparativos! — disse Dédalo. — Vamos embora! Pai e filho, juntos, colocaram os pés sobre a amurada, no ponto mais alto da torre; abaixo deles o mar espumava, chocando-se violentamente contra os recifes negros que pontilhavam toda a costa. — Agora! — ordenou Dédalo. Os dois lançaram-se ao ar, batendo os braços de maneira tão ritmada que pareciam dois pássaros a dividir o azul do céu com as gaivotas, que os observavam pasmadas.
— Não se esqueça do sol! — dizia de vez em quando Dédalo, ao ver que Ícaro se descuidava, subindo em demasia. No começo os dois lutaram um pouco com as correntes de ar, que Ihes roubavam momentaneamente o equilíbrio. Às vezes, o pai buscava apoio nos braços do filho, às vezes, o filho recorria ao auxilio do pai. Já haviam deixado há muito tempo a ilha e agora não havia outro jeito senão mover os músculos com vigor, tentando poupar ao máximo o fôlego. Dédalo ainda estava entregue ao deslumbramento quando percebeu que seu filho havia desaparecido. — Ícaro, onde está você? — disse, inquieto. O jovem, muito distante dali, planava nas alturas. De olhos cerrados, Ícaro lançara-se num vôo cego, para além das nuvens. Após haver ultrapassado a linha dos grandes e acolchoados montes brancos, ficara pairando sobre eles, enquanto o sol arrancava um brilho intenso de suas asas. Sua pele refletia um tom dourado e parecia que ele era o próprio filho do Sol.
— Queria ficar aqui para sempre! — disse, inebriado de liberdade. Enquanto agitava as asas, percebeu que uma grande pena roçou-lhe o nariz. Seus o olhos a acompanharam rodopiando pelo espaço sem limites ate desaparecer misturada ao branco das nuvens. Ícaro passou as costas das mãos sobre a testa suada. Uma deliciosa rajada de vento refrescou sua pele ao mesmo tempo em que percebeu que um grande tufo de penas espalhava-se ao seu redor, como se um imenso travesseiro tivesse sido rasgado e esvaziado de todo o seu conteúdo. Grossos fios de cera derretida escorriam pelas armações, alcançando os seus braços. Com um grito de medo, Ícaro percebeu que a estrutura das asas se desfazia. Procurou esconder-se sob as nuvens, mas o sol tornara-se tão intenso que desmanchava as próprias nuvens. Ícaro percebeu que era o seu fim: — Socorro, pai! — gritou. Entretanto, sua voz perdeu-se no vácuo. Seu pai, longe dali, estava impotente para lhe prestar qualquer auxílio. Desistindo, afinal, de tentar recuperar altura, Ícaro abandonou-se ao destino, indo cair nas águas revoltas do oceano.
Enquanto isto, Dédalo vasculhava os céus. — Ícaro, meu filho, responda! — clamava inutilmente. Durante muito tempo o velho vagou, fugindo sempre ao calor do sol, até que avistou sobre as ondas algumas penas. Sobrevoando mais um pouco o local, Dédalo acabou por avistar o corpo do filho jogado às margens de uma das praias. Depois de tomá-lo nos braços, ficou um longo tempo abraçado a ele. Com o coração despedaçado, como as asas de Ícaro, Dédalo o enterrou no mesmo local, que passou a se chamar Icária, em sua homenagem.



Interpretação
O mito contado acima conta sobre o exímio arquiteto Dédalo (criador/inventor do labirinto) e seu filho Ícaro, relata que opós a derrota do minotauro o Rei Minos  prendeu Dédalo  e seu filho,  para que ele inventasse e criasse monumentos  para o rei, e Dédalo, enganado pelo rei passou a vida com ele.Foi então que com o passar do tempo, Dédalo teve uma idéa pra fugir, ele e seu filho voariam por toda Creta com as asas que ele projetara. As asas, que foram criadas com cera, ficaram pronta e o pai e o filho as vestiram, o pai recomendou  ao filho, para que não chegasse perto do sol, pois a cera que grudava as penas derreteria. Então eles partiram
e Ícaro esqueceu do o que o pai lhe disse entao começou a subir, subir, e o pai gritando para ele descer, mas ele não ouvia pois estava muito distante e assim a asa de Ícaro começou a despenar e ele foi perdendo altitude e gritando socorro para o pai, mas ele não podia fazer nada então Ícaro caiu no mar e morreu.

Bom, esse mito nos mostra uma atitude de desobediência, impaciência e desatenção. Hoje em dia a população de jovens age da mesma forma e se formos o contrario de tudo isso nos seremos pessoas importantes que terá um futuro de um profissional.

Os mitos gregos e sua influência na cultura ocidental

Ao escutarmos a palavra "mitologia", quase automaticamente a associamos à palavra "grega". De fato, a mitologia grega ganhou destaque sobre a mitologia de vários outros povos pelo própria influência que a civilização e o pensamento grego exerceram sobre o mundo, em particular sobre o Ocidente. Para se ter uma idéia dessa influência, basta lembrar que a filosofia e a matemática, por exemplo, são "invenções" gregas.Da mesma maneira, a maioria das palavras que dão nome às ciências têm origem grega: física, geografia, biologia, zoologia, história, etc. Também os dias da semana em muitos idiomas tiveram origem nos nomes dos Deuses greco-romanos que regem esses dias como em italiano : Lunedi- Dia da Lua, Martedi( Dia de Marte),Mercoledi (dia de Mercúrio), Giovedi ( Dia de Júpiter), Venerdi( dia de Venus), Sabato (dia de Saturno) ; também vêm do grego as palavras que designam os relacionamentos dos seres humanos entre si e em sociedade. É o caso de palavras essenciais, como ética , política e democracia.

Deuses

A mitologia grega é bastante rica em termos de contos e explicações da origem do mundo, a tudo atribuindo os poderes dos deuses gregos, que segundo a crença geral, moravam no Monte Olimpo.
Dizem as lendas gregas que, no princípio, havia somente o grande Caos, do qual surgiram os Velhos Deuses, ou Titãs, dirigidos pelo Deus Chronos (Tempo). Zeus era um filho de Chronos e chefiou a rebelião da nova geração dos deuses - chamados Deuses Olímpicos - que dominaram a Grécia em toda a sua época clássica e perderam sua força com a inquisição; desde o século passado iniciou-se um processo de retomada das Antigas Religiões que cultuam esses Deuses ( principalmente as Deusas) , assim como Deuses e Deusas de outros panteões . Os principais deuses olímpicos são:

Zeus

É o Deus principal, governante do Monte Olimpo. Rei dos Deuses e dos homens, era o sexto filho de Chronos. Como seus irmãos, deveria ser comido pelo pai, mas a mãe Gaia deu uma beberagem a Chronos e este vomitou novamente o filho; este e seus irmãos, também vomitados na mesma hora, uniram-se contra o pai, roubaram os raios e venceram a batalha. Os raios, fabricados pelo Deus Hefaistos, eram o símbolo de Zeus.
Zeus para os gregos e Júpiter para os romanos.

Palas Atena ou Atenéia

Deusa virgem, padroeira das artes domésticas, da sabedoria e da guerra, da justiça, das artes e da estratégia. Palas nasceu já adulta, na ocasião em que Zeus teve uma forte dor de cabeça e mandou que Hefaistos, o Deus ferreiro, lhe desse uma machadada na fronte; daí saiu Palas Atena. Sob a proteção dessa Deusa floresceu Atenas, em sua época áurea. Dizia-se que ganhou a devoção dos atenienses quando presenteou a humanidade com a oliveira, árvore principal da Grécia.
A escritora D.J. Conway, em seu ‘Livro Mágico da Lua’, faz um comentários bastante interessante sobre o mito do nascimento de Athena : “A história de Zeus e Athena pode ser uma maneira metafórica de explicar a conquista da asociedade matriarcal, na qual as deusas não seriam relegadas silenciosamente ao segundo plano”

Palas para os gregos e Minerva para os romanos.

Apolo

Deus do sol e patrono da verdade, da música, da medicina e pai da profecia. Filho de Zeus, fundou o oráculo de Delfos, que dava conselhos aos gregos através da Pitonisa, sacerdotiza de Apolo que entrava em transe devido aos vapores vindos das profundezas da terra.
Apolo para os gregos e Febo para os Romanos

Ártemis

A Diana dos romanos, era a deusa-virgem da lua, irmã gêmea de Apolo, poderosa caçadora e protetora das cidades, dos animais e das mulheres. Na Ilíada de Homero, desempenhou importante papel na Guerra de Tróia, ao lado dos troianos.
Ártemis para os gregos e Diana para os romanos.

Afrodite

Deusa do amor e da beleza, era esposa de Hefaistos e amante de Ares, a quem deu vários filhos (entre eles Fobos = Medo, e Demos = Terror). Afrodite era também mãe de Eros( o cupido).
Afrodite para os gregos e Vênus para os romanos.

Hera

Esposa de Zeus, protetora do casamento, das mulheres casadas, das crianças e dos lares. Era também irmã de Zeus, uma das filhas vomitada por Chronos.
Hera para os gregos e Juno para os romanos.

Démeter

Era a deusa das colheitas, dispensadora dos cereais e dos frutos. Quando Hades, Deus do inferno, levou sua filha Perséfone como sua esposa, negou seus poderes à terra, e esta parou de produzir alimentos; a solução de Zeus foi que Perséfone passaria um terço do ano no inferno, com seu marido, e o restante do tempo com sua mãe, no Olimpo. Dessa forma, Démeter abrandou sua ira e tornou a florescer nas colheitas.
Démeter para os gregos e Ceres para os romanos.

Hermes

Filho de Zeus e mensageiro dos mortais, era também protetor dos rebanhos e do gado, dos ladrões, era guardião dos viajantes e protetor dos oradores e escritores.
Hermes para os gregos e Mercúrio para os romanos.

Poseidon

É o deus do mar e dos terremotos, foi quem deu os cavalos para os homens. Apesar disso, era considerado um deus traiçoeiro, pois os gregos não confiavam nos caprichos do mar.
Poseidon para os gregos e Netuno para os romanos.

Dionísio

Era o deus do vinho e da fertilidade. Filho de Zeus e uma mortal, foi alvo do ciúme de Hera, que matou sua mãe e transtornou o seu juízo. Assim, Dionísio vagueava pela terra, rodeado de sátiros e mênades. Era o símbolo da vida dissoluta.
Dionísio para os gregos e Baco para os romanos.

Ares

O deus guerreiro por excelência. Seu símbolo era o abutre. Seus pais, Zeus e Hera, detestavam-no, mas era protegido por Hades, pois povoava o inferno com as numerosas guerras que provocava. Sua vida estava longe de ser exemplar - foi surpreendido em adultério com Afrodite, esposa de Hefaistos, que os prendeu em fina rede; foi ferido por três vezes por Héracles (Hércules). Era muito respeitado pelos gregos por sua força e temperamento agressivo.
Ares para os gregos e Marte para os romanos.

Hefaistos ou Hefesto

Deus ferreiro, do fogo e dos artífices. Filho de Zeus e Hera, foi lançado do Olimpo por sua mãe, desgostosa por ter um filho coxo. Refugiou-se nas profundezas da terra, aprendendo com perfeição o ofício de ferreiro. De suas forjas saíram muitas maravilhas, inclusive a primeira mulher mortal, Pandora, que recebeu vida dos deuses. Construiu no Olimpo um magnífico palácio de bronze para si próprio, e era estimado em Atenas. Para compensá-lo de sua feiúra, seu pai deu-lhe por esposa Afrodite, a deusa da beleza. Era artesão dos raios de Zeus.
Hefaistos para os gregos e Vulcano para os romanos.

Além desses deuses, que junto a muitos outros pululavam no Olimpo, havia heróis (filhos de deusas ou deuses com mortais), semideuses, faunos,fadas, gnomos,silfos , ondinas e uma infinidade de entidades mitológicas que explicavam por lendas todos os fenômenos da natureza. Entre os heróis mais populares, podemos citar:
Io - amada por Zeus, que a transformou em novilha para escondê-la da ciumenta Hera.
Deucalião e Pirra - únicos sobreviventes do dilúvio que Zeus mandou ao mundo pervertido.
Héracles - ou Hércules, autor dos famosos Doze Trabalhos; era filho de Zeus e da mortal Alcmena.
Édipo - que matou a esfinge e casou-se com sua própria mãe.
Perseu - que matou a Medusa, uma das Górgonas, e libertou a princesa Andrômeda da serpente marinha.
Cadmo - que matou um dragão e no local fundou a cidade de Tebas.
Europa - irmã de Cadmo, foi amada por Zeus que lhe apareceu sob a forma de um touro e, em suas costas, atravessou o mar.
Jasão - chefe dos Argonautas, equipe de heróis - Héracles, Orfeu, Castor e Pólux, e outros - que navegou no navio "Argos" em busca do Velocino de Ouro.
Teseu - que penetrou o labirinto de Creta e matou o Minotauro, acabando por unificar a Ática.
Atalanta - mulher aventurosa que se casou com o ardiloso Hipomenes.
Belerofonte - que matou o monstro Quimera e domou o cavalo alado, Pégaso.
Os heróis de Tróia -Aquiles, Heitor, Ájax, Agaménon, Ulisses - autor da idéia do cavalo de Tróia - e outros.

O Caos

                                        
O estado primordial, primitivo do mundo é o Caos. Era, segundo os poetas, uma matéria que existia desde tempos imemoriais, sob uma forma vaga, indefinível, indescritível, na qual se confundiam os princípios de todos os seres particulares. Caos era ao mesmo tempo uma divindade, por assim dizer, rudimentar, capaz, porém, de fecundar. Gerou primeiro a Noite, e depois o Érebo.

O mito da origem do mundo

 
        A narrativa da origem do mundo, segundo os gregos, a partir da versão de Hesíodo, no poema Teogonia (isto é, "nascimento dos deuses"), é o texto que transcrevemos.
 
Primeiro nasceu Caos, a existência indistinta; depois nasceram a Terra (Gaia) e Eros. [...] Caos gerou a Noite, que gerou o Dia. A Terra gerou o Céu (Urano), as Montanhas e o Mar; uniu-se ao Céu (Urano) e gerou os Titãs, Réia, Têmis, Memória, os Ciclopes, fabricantes do raio, os Gigantes, de cinqüenta cabeças e cem braços, e Cronos, o tempo.
[...] Guiados por Eros, os deuses se reproduzem: há os filhos da Noite, entre os quais estão a Morte, o Sono, os Sonhos e as Parcas, divindades do destino, de cujos desígnios nem os deuses escapavam, que eram três: Fiandeira, Distribuidora e Inflexível; e a linhagem do Mar. Nereu e as várias Nereidas, suas filhas, Espanto, Ceto, entre vários outros.[...]
O Céu (Urano) detestava os filhos, e escondia-os na Terra; até que ela, atulhada, criou uma foice e deu-a a seus filhos, para que castrassem o pai. Todos ficaram com medo, mas Cronos aceitou a missão, e, ao entardecer, quando o Céu se deitava junto com a Terra, a cumpriu. [...] A partir daí começa o domínio da segunda geração de deuses, encabeçados por Cronos. Cronos sabia que ia ter um destino semelhante ao do seu pai, ser destronado por um de seus filhos; então os engolia à medida que iam nascendo do ventre de Réia. Foi assim com Hera, Deméter, Héstia, Hades e Posêidon; quando Zeus nasceu, Réia deu uma pedra para Cronos engolir e escondeu o filho, que cresceu e cumpriu o destino de destronar o pai. Como ele fez isso não é dito, mas fez Cronos vomitar seus irmãos. Depois disso, aliado aos outros deuses e aos Gigantes, derrotou os Titãs numa guerra terrível, na qual os deuses se aliaram aos Gigantes, filhos da Terra.
O domínio de Zeus marca a terceira geração de deuses. Ele repartiu o mundo com seus irmãos. Posêidon ficou com os mares, Hades com o mundo subterrâneo, e a ele próprio coube o céu. Essa geração também teve muitos filhos. De Zeus e Deméter nasceu Perséfone: de sua união com Memória nasceram as Musas; com Leto, Apolo e Ártemis; com Hera, Ares, Hebe e Ílitia; com Maia, Hermes; com Sêmele, Dioniso. Mas a primeira esposa de Zeus, Métis, a astúcia, foi engolida por ele, porque estava destinada a dar à luz dois filhos: um era Atena, e o outro seria aquele que destronaria seu pai. Zeus engoliu Métis e ficou astucioso, e gerou Palas Atena, que nasceu de sua cabeça.
(Hesíodo, Teogonia)



                                            

O que é um mito

                                            

Na Antigüidade o Ser Humano não conseguia explicar a Natureza e os fenômenos naturais (e parece-me que ainda hoje não compreende nem consegue explicá-los da mesma forma). Então, dava nomes ao que não podia explicar e passava a considerar os fenômenos como "deuses". O trovão inspirava um deus, a chuva outro. O céu era um deus pai e a terra, uma deusa mãe e os demais seres, seus filhos. Criava, a partir do Inconsciente, histórias e aventuras que explicavam de forma poética e profunda o mundo que o rodeava. Estas "histórias divinas" eram passadas de geração para geração e adquiriam um aspecto religioso, tornando-se mitos ao assumirem um caráter atemporal e eterno, por dizerem respeito aos conflitos e anseios de qualquer Ser Humano de qualquer tempo ou local. Estes núcleos arquitípicos mitológicos recebem o nome de "mitologemas". A um conjunto de mitologemas de mesma origem histórica, dá-se o nome de "mitologia". Aos mitos se uniam ritos que renovavam os chamados "mistérios". O rito torna ato (atualizam) um mito que se faz representar (atuar) em seu simbolismo encarnado nos "mistérios". Ao conjunto de ritos e símbolos que cercam um mitologema dá-se o nome de "ritual". Ao conjunto de rituais e mitos com origem histórica comum dá-se o nome de "religião". À religião sempre se unem preceitos ético-morais chamados "doutrinas religiosas", compostas por proibições a ("tabus") e ídolos ('totens"). Assim nasceram os deuses.
Todos os povos da terra, seja em localização no tempo e no espaço estiverem, todos sempre tiveram uma religião, composta de diversos ritos e mitos. Parece que a religião é uma necessidade imperiosa do Ser Humano e, em culturas em que a religião e suas manifestações estão proibidas ou desuso (como no comunismo, por exemplo) observa-se sempre a "eleição" inconsciente de "deuses" extra-oficiais que, num processo idólatra, procuram preencher as lacunas deixadas pela tradição religiosa. Na atualidade, o afastamento de nossa sociedade das tradições religiosas está gerando um duplo fenômeno idólatra: a iconificação de figuras tais como cantores e atores famosos e o fanatismo religioso em seitas e pequenas igrejas. Definitivamente não se pode viver sem ídolo, sem uma religião e sem seus mitos e ritos.